Categoria: poesia

Pode sentir meu coração?

Respirando depois de tanto tempo…

Ameaçando um sorriso.

Demonstrando felicidade.

Consegue sentí-lo?

Está tentando bater,

Voltar a viver.

 

Não diga uma palavra.

Não me lembre do que houve.

Não abra essa ferida.

 

Ainda há quem me liberte

Dessa prisão inconsciente,

Dessa mágoa inconsistente.

 

São seus atos,

Suas lágrimas,

Suas posses,

Suas lástimas.

 

As companhias,

Os sorrisos,

As palavras,

Os motivos.

 

É tudo o que me deixa assim, perdida

Revivendo cada dia,

Procurando saber o que deu errado,

O que nos fez cair de tão alto.

 

Apareceu e conseguiu,

Tantos problemas que me fizera esquecer,

Tantos sonhos que completara com os seus.

 

E nem sabe o quão feliz eu fui…

O quão crédula me fez.

 

Eu pensei…

Eu pensei que era verdade…

 

O que aconteceu, meu bem?

O que te deu na cabeça?

O que te fez agir assim?

 

Já se esqueceu

de tudo o que a gente viveu?

 

Não negue que tivemos uma história,

Não finja que nada aconteceu.

 

Deite-me em seu ombro,

Beije-me na testa,

Grude-me em seu corpo.

 

Não se lembra?

 

Aqueles momentos a sós,

Tínhamos tudo pra nós.

Bastava um olhar

Pra nada mais importar.

 

Onde estão esses momentos?

Onde foram se esconder?

 

Diga, meu bem, o que houve com você?

Cansei de fingir que não há nada.

Sinta o ódio que percorre meus dias

o vazio que atormenta os pensamentos.

Vou dizer tudo aquilo que ainda não sabe.

 

Corra, e não volte mais.

Estou prestes a renascer.

Já conheço a mente humana,

Só me falta acontecer.

 

Essa vida escureceu

não há luz à minha volta

A última lágrima escorreu,

Esse anjo faleceu.

 

Não sei o que sou,

o que faço aqui.

Mas logo vou saber.

O futuro ainda vai acontecer.

 

Vou sorrir, como fazia há um tempo atrás

e vou sentir, vou saber como se faz.

Não vou ficar pra trás

Afinal, o mundo é de quem é capaz.

 

Na minha estrada estou sozinha

e assim vou continuar.

Eu não quero companhia,

Eu não quero me lembrar.

 

Essa estrada é condenada

por burrice e por maldade.

Aquela mente bastarda

me deixou cicatrizada.

Você se perdeu, não foi?

Eu sei.

Pare de se preocupar.

Pense naquele dia,

Lembra?

Você não pensava em nada,

Só queria sorrir.

 

Tão alegre, tão feliz.

E não precisa mudar.

 

Chama meu nome

Para que eu saiba onde está.

Quero te encontrar.

 

Vai, pode chamar.

Eu trago você de volta

Eu cuido de você.

 

Pare de questionar,

Os problemas não existem.

Somente eu e você.

 

Esqueça de tudo,

Agarre-se em mim,

Vem conhecer meu mundo.

Eu sei que vai gostar.

 

Não precisa procurar.

Eu estou aqui,

Onde sempre estive,

Onde pode me encontrar.

É só abrir os olhos…

 

Chama meu nome,

Eu só quero ajudar.

Vamos, abra os olhos.

Você pode se encontrar.

Eu não quero mais pensar,

Eu me cansei de preocupar.

Eu tenho vida,

Eu tenho história,

Eu tenho opinião.

 

Não me julgue,

Não me espere.

Não to aqui pra te aguentar.

 

Eu já saí

E to correndo.

Eu fui embora e não me importa

Se você vai me acompanhar.

 

Eu sou movida à minha vontade

E nada vai me segurar.

 

Eu não fugi, eu não chorei.

Eu percebi e me toquei:

Eu não preciso de algemas.

 

Eu sou livre, eu penso e eu escrevo.

Eu fui capaz de perceber.

 

Cada movimento conta

Cada segundo passa

Cada pessoa muda

 

Não compreendo a necessidade de se definir.

Tão repleto o mundo de opções,

Eu não pretendo só por uma me guiar.

Ainda tenho muita coisa pra deixar…

 

Eu não vou mais me limitar.

 

Porque eu percebo,

Eu sempre percebo.

A vida é muito mais do que se consegue imaginar.

Eu respiro fundo e olho para trás.

Observo cada peculiar expressão.

Alguns sorriem, outros reclamam

E como sempre, alguém está dormindo.

 

Não foram apenas alguns dias.

Foram anos…

 

Anos de paixões e intrigas,

De risadas sinceras e piadinhas sem sentido,

De momentos confusos e emoções compartilhadas.

 

Alguns secaram minhas lágrimas,

Outros as fizeram derramar.

Alguns me deram apelidos,

Outros nem ao menos me chamaram.

 

Mas estivemos sempre juntos, de certa forma.

Em nossas mesas rabiscadas e lugares demarcados.

Nos encontrávamos todas as manhãs, naquele mesmo horário,

Naquele mesmo local.

 

Reclamávamos das aulas chatas que faziam o tempo parar,

Mas odiávamos ir para a escola e não ter aulas.

Contraditório, eu sei, isso era frequente.

Mas o que queríamos mesmo era reclamar, bagunçar e nos entreter com isso.

 

Tínhamos gostos, idéias e opiniões diferentes,

Discutíamos,

Mas nos divertíamos com nossas próprias discussões.

 

Era um lugar seguro, aquela sala, aquela escola.

Os piores problemas e injúrias eram deixados do lado de fora dos portões.

No interior daqueles muros construímos nossas verdadeiras personalidades,

Baseando-se nos anos passados e em tudo o que já havia sido aprendido.

 

Foi ali que criamos plano e decidimos o futuro

Envoltos de pessoas animadas e curiosas, entusiasmadas

por nós e por si mesmas.

Pessoas que carregarão consigo a minha história,

E que serão lembradas tanto nos momentos desesperadores, em que desejarei voltar no tempo,

Como nos momentos de grandes vitórias.

 

Foi o destino que nos trouxe até aqui e fez cruzarmos juntos essa linha de chegada,

E pode ter certeza, cara, que haverão grandes conquistas em nossos caminhos

Quando lembrarmos uns dos outros…

As mãos entrelaçadas,

os olhos fechados,

em um banco reservado.

 

O sol entrava pela janela

tocando a pele do meu rosto.

O que tornava ainda mais difícil abrir os olhos.

Era uma manhã de quinta-feira,

E ele estava nascendo.

 

Escutava-se somente o som das ruas esburacadas

e das portas abrindo e fechando

Conforme entravam os, para mim, indigentes.

 

Sentia à minha volta o calor de seus corpos quentes.

Quentes e cansados…

Olhos roxos recém despertados.

Aproximando-se uns dos outros

procurando espaço.

Apenas seguindo uma rotina.

 

Todos observam o mundo fora daquele aperto.

Aquele vidro riscado…

é só o que os separa de alguma diversão.

 

O olhar perdido (sabe-se lá no que pensando),

Não demonstra nenhuma emoção.

Estivessem sonhando, talvez,

com um lugar distante,

uma pessoa querida…

Algo que não lhes indicasse uma vida perdida.

 

“Serei eu bem-sucedida?”

“Serei eu alguém na vida?”

 

Pensamentos inevitáveis, não?

Porém, mais inevitável ainda

 

Só o cotidiano de um cidadão.

Se eu não levantar, meu jovem…

Se eu não retornar…

Não quero que chores,

Mas que lembre-se de tudo que eu já fiz (ou tentei fazer).

 

Se eu não acordar, meu filho…

Que conte todas as minha histórias,

Lembre-se da boa alma que eu fui (ou tentei ser).

 

Guarde cada palavra que escrevi

Cada sonho que sonhei

Cada dia que vivi.

 

Diga a todos que sentirem minha falta

O quanto sentirei a deles

Quando não mais puder lhes abraçar.

 

Lembre a todos o quanto eu me importo

Com cada palavra que disseram,

Cada sorriso que me deram.

 

Lembre cada um deles o quanto são especiais

E que todos os momentos, para mim, foram surreais.

 

Diga a meus pais, avós, tios, irmãos, como são maravilhosos.

Que deles eu hei de me lembrar

E com certeza me orgulhar.

 

Que cada birra: teve um propósito,

Cada briga: foi idiotice,

Cada crise: sem pensar.

 

… E eu quero me desculpar…

Por cada lágrima que fiz alguém derramar.

 

Se eu não levantar, meu jovem,

Saibas que meu coração é seu,

E meu olhar, a ti sempre pertenceu.

 

Mostre ao mundo que essa garota existiu,

Amou, viveu, sonhou.

 

Faça, por mim, tudo que não pude fazer.

Veja, por mim, tudo que não pude ver.

Seja, por mim, tudo que não pude ser.

 

Cumpra, por mim, tudo que um dia prometer.

Diga , por mim, que tornará daqui um lugar melhor.

 

E então prometa, por mim, que tentará não me esquecer.

Salve sua consciência,

A vida que tanto preza,

A liberdade que ainda lhe resta.

 

Proteja suas idéias,

Conclua suas opiniões,

Lance-as ao alto,

Mostre-as ao mundo.

 

Sinta-se livre para pensar,

Sorrir, sentir, sonhar,

Ver, crer, dizer, crescer.

 

Faça o que quer,

Faça o que diz.

Se isso lhe agrada,

Isso te faz feliz,

Então não hesite, vale a pena sorrir.

 

Expanda as palavras,

Não viva na fresta.

Ontem foi ontem,

Quanto tempo lhe resta?