Moça

Sorria,

Abra os olhos,

Você não está sozinha.

 

Sinta bater o coração que te abraça,

A mão em seu ombro,

O sorriso que te aguarda.

 

Levante a cabeça,

Respire fundo,

Estenda os braços.

 

O passado não assusta,

O futuro não intimada.

Moça, não chore mais.

Ria, viva, escreva sua história.

Ao meu avô

 

E o momento pouco esperado

Por fim chegou

Este dia inesperado

Que com certeza chocou.

 

Assim percebe-se quanto tempo foi perdido,

Quantas falas não ditas e sentimentos esquecidos.

 

Não estive ao seu lado para segurar sua mão,

Contar segredos,

Ouvir bater seu coração.

 

Segurei as lágrimas,

Mantive posição.

Permaneci calada,

Chorando apenas na solidão.

 

Permaneci longe

Sem ao menos pensar

Que o tempo corre

E por mim não ia voltar

 

Não estive perto nem ao menos

Para lhe agradecer

Por sorrir, amar

E nunca me esquecer

 

Ou para me desculpar,

Pelas coisas que deixei passar,

Por te deixar sozinho,

Esquecer de me preocupar.

 

Realmente achei que teria mais tempo.

Mas, talvez, nem assim perceberia que fui tola.

 

Agora vejo que este coração distante,

Levavas contigo.

Coração que então chora,

Pela perda de um grande e velho amigo.

 

Em memória de Carlos Barbosa; avô, pai, amigo, irmão. Fique em paz.

Ele se foi

 

Eu olho no espelho e seco a lágrima que escorre,

espero que ninguém tenha visto.

Eu não queria que escapasse.

 

Eu não preciso disso.

É besteira.

Qualquer um pode aguentar.

Não agrada ninguém ouvir criança reclamar.

 

Todas as dores e vestígios

são argumentos sem sentido,

Já que um dia ou outro qualquer tristeza há de passar.

 

Ele se foi, outro está indo.

Você já devia ter aprendido:

É proibido se apegar.

 

Deixa pra lá essa inocência,

tem que mudar a sua essência,

tem que deixar de acreditar.

 

Pois é

sozinha que consegue (e deve)…

Você não pode mais amar.

 

Eu já não posso e nem consigo,

eu não sei mais o que eu sinto.

Eu não sei mais o que é viver…

 

Cada hora, minuto, segundo…

Passa rápido e inútil,

escuro e nebuloso,

com um único motivo.

 

Só pra evitar que eu sinta,

Só pra evitar que eu ceda,

Só pra evitar que eu caia.

 

Eu não posso mais pensar, é o meu castigo.

A dor é muita se eu lembrar.

 

Que é de costume nessa vida,

Eu sei que vão me abandonar.

Nem tudo está perdido

Jurei não amar de novo

Entendi que é pra quem tem sorte

Contentei-me com a idéia de que não precisava disso

 

E aqui estou

Sentindo o vazio sem saber o que falta

Perdendo o controle

Procurando, errante, a mão que aqueceria a minha

 

Compreendi, em alguns que não poderia chamar de amores

Que existia agora a necessidade de um abraço

que não fosse mal intencionado

Um beijo que nada fosse a não

ser união de lábios apaixonados

 

Protege-me destes que fizeram mal

Mostra que veio servir de conforto

Que amar não é pecado

E nem tudo está perdido.

Hastes mal-feitas

O que acontece quando tudo o que acreditamos

Torna-se desconhecido?

 

Quando as palavras que nos sustentam

São hastes mal-feitas

E as pessoas que amamos

Tornam-se nojentas?

 

É estranho como tudo pode mudar.

Confiança se transforma em raiva,

Amigo em inimigo,

Amor em medo.

 

Descobri que são possíveis infinitos sentimentos,

Bons e ruins,

Ao mesmo tempo,

E por uma só pessoa.

 

E como fico eu, tola,

Que acreditei numa boa alma

Que entenderia meu mundo

E completaria meus sonhos?

 

Acreditei, cegamente,

Que não estava perdida;

Ainda restava bondade,

Existia a verdade.

 

Talvez seja proibido sonhar

Talvez não exista alguém que me proteja.

 

Pode ser que eu não mereça tudo que quero,

Tudo que sonho.

 

Aliás, não “tudo”

Mas “só”.

 

Nunca fui exigente.

Aceitei sempre o pouco que me foi designado

E não reclamo, apenas sigo

Conforme me é descrito,

Pela estrada vazia

Sem saber o que há escondido.

 

Agora entendo:

Fui vítima,

Do vilão e seu comparsa.

E o que achava ser tudo,

Foi nada além de uma farsa.

Você não se importou

Você não se importou com o que eu queria,

Não se deu ao trabalho de se preocupar,

Não havia motivo para saber o que eu sentia.

 

Até o momento em que tudo desmoronou

E não havia mais jeito, era tarde demais.

 

Um coração se quebrou,

Uma vida

acabou,

Um anjo chorou.

 

Agora percebo,

Não é justo.

E o que virá agora não depende mais de mim.

Aliás, nunca dependeu.

Nunca pude escolher,

Simplesmente aconteceu.

 

E doeu…

E dói…

 

A cada dia fica menor a esperança

E maior a certeza de que não vai mudar.

 

Você não vai mudar.

 

E eu terei que me acostumar

A ficar sozinha

E lembrar:

 

Você teve escolha,

E escolheu me magoar…

De um Poeta para o Mundo

Um bom poeta é aquele que escreve o que sente?

Faz, assim, das palavras,

Uma magia que desperta em outros

Sentimentos distantes ou esquecidos?

 

Se esse é um poeta, quero ser também.

Quero que sintam o que eu sinto AGORA.

Que se lamentem pelo que passo,

Que sintam dó, raiva ou até mesmo felicidade.

 

Que saibam que nem tudo o que se acredita pode ser verdade.

Que nem sempre a sinceridade tem importância maior do que a vontade.

 

Que as pessoas desse mundo não são todas iguais…

ISSO NÃO EXISTE!

E mesmo que lhe pareça que tudo faz sentido,

Que a vida pareça colorida.

Entenda que pode não ser bem assim.

 

Talvez o mundo não tenha solução,

E não devemos nos preocupar

Porque simplesmente não vai mudar.

 

O mundo é dos maldosos,

Dos malfeitores

E a bondade, infelizmente, não vence a crueldade.

 

Não quero acabar com todos os seus sonhos,

Não quero tirar de você a felicidade,

Mas compreenda,

Nem tudo é pra sempre.

 

Sentimentos bons, sorrisos inocentes,

Beijos e abraços…

Muitas vezes são desperdiçados

E começam a lhe parecer erros.

 

Erros de sua parte,

Ou será que do próximo?

 

Erro seu por querer que fosse com o maldoso,

Ou do próximo, o maldoso, por usar de sua inocência para benefício próprio?

 

Acho que já não existe mais o certo ou o errado,

Ainda porquê, agora tudo perde o rumo.

 

Chora, criança, chora.

Porque não tem mais jeito,

Porque é só o que pode fazer.

Chora, criança, chora…

Porque a vida sempre há de lhe dar motivos…

 

Without a Soul

Não entenda,

Se esqueça,

Cresça,

Mereça…

 

Não fuja,

Descubra.

Reconheça.

 

Depressão enriquece,

Lucidez esvanece.

E você é o único…

O único que não percebe:

Lucidez, aqui já não prevalece.

 

Não finja.

escute…

Ilusão, confiança,

Amor, esperança.

… ainda bate…

 

Mas quanto tempo

até que pare?

Até que canse de ferir-se,

Até que não tenha mais forças.

Até o dia em que por completo se partirá

E essa indescritível tortura

Ao fim chegará.

 

Serei incapaz de sorrir,

De falar, de escrever, de sonhar.

Em meu peito, nada mais baterá.

 

Quanto tempo?

 

Para que eu possa compará-lo ao seu:

Em silêncio, sem alma… Vazio.

 

Sim, você saberá.

Não poderei esconder a última lágrima que deixarei escapar,

Que como todas as outras,

inútil será.

 

… Apenas água…

Rastros em um rosto doce

… Gota à gota…

Rastros de uma paixão

 

E ao olhar, com sinceridade pela primeira vez, ao fundo dos meus olhos,

Perceberá que aquele brilho ardente já não existe mais.

Serei um corpo perdido, sem alma,

sem sentimento.

Então sentirá uma fisgada de toda a minha dor.

Sentirá o arrependimento à flor da pele,

A saudade correr por seu corpo,

na veia,

E desejará voltar.

Sentir aquele coração que batia por você.

Só por você.

 

Aquele mesmo coração, o qual despiu de significado.

 

Neste momento sentirá algo.

Levará um susto.

Colocará a mão em seu peito (onde costumava me abraçar),

E como que inédito

Sentirá bater aquilo que me roubou.

 

O mais apaixonado que já conheceu,

Coisa mais pura que enlouqueceu.

 

E nesse momento lembre-se, por mim, de tudo aquilo que você perdeu,

De tudo aquilo que jamais terá.

 

Desprezível raça humana,

Incapaz de raciocinar.

Serenidade Roubada

Um coração pode parar

Por excesso de sentimentos?

A mente estourar

Por confusão de pensamentos?

 

Saudades, lembranças, desordem.

A vida deixou de ser tão fácil.

 

Sob alegria de um dia ensolarado

Vejo pessoas se aproximarem, felizes,

Mas é impossível sorrir.

 

Sol é nuvem, felicidade é tempestade.

Tudo parece errado, sem nenhum significado.

 

Leve-me onde for preciso,

Para que eu encontre novamente a serenidade

E responde, por favor, por que se esconde a felicidade?

Desejo de um Sofredor

Como eu desejo esquecer.

Esquecer que foi tudo em vão,

Que é um problema sem solução…

 

Que os momentos bons, os momentos juntos,

Não foram suficientes,

Algo ficou faltando.

 

Que o tempo passou

Levando junto o carinho,

Os planos, os sonhos…

Restando apenas essa dor, essa lembrança

Essa lágrima, essa angustia.

Essa chama aqui dentro.

 

E como queima, sem pena,

Para lembrar que teve fim…

 

É quase impossível suportar.

 

Não há mão para guiar

Ou abraço para acalmar.

 

Não os de antes.

Tão perfeitos (e você sabe como).

 

Serei forte apesar de tudo…

 

A felicidade, logo deve aparecer,

As lágrimas logo vão secar…

 

É o que espero,

o que acredito.

 

Afinal, não há mais nada o que fazer.